domingo, 10 de outubro de 2010

Amor severo de uma noite [parte 2]

Final do texto da semana passada, com algumas horas de atraso eu não posto no domingo:
O empregado olha e vê uma taça ainda com um pouco do caro vinho no fundo, então parte para pegar a garrafa da mão de seu patrão, espantado e assustado, vê que a garrafa ainda está fechada, então vai verificar a taça e constata o assustador, era sangue. Seus patrões estavam mortos, não descansando de uma noite agitada.
Mas logo ele se tranqüiliza, o desespero passa, e ele se lembra como os dois se amavam e não escondiam isso, então repara no vestido tão lindo de sua ama levemente manchado de sangue onde sua mão estava, e vê que a mão de seu tão amado patrão estava indo de encontro a esse lugar, mas por alguns centímetros não se tocaram. Então pega a mão d'Ele e pôe sobre a d'Ela, se vira e vai embora deixando os dois amantes jazerem no lugar de seu último e mais profundo amor.
E ninguém saberá o porquê d'eles não terem forças para unir suas mão no último instante. Foi a frase mais delicada que Ele falou para Ela naquela noite [e porque não na sua vida inteira]: "Amor você acredita que uma alma poderia se partir em duas e habitar dois corpos diferentes?" Então surpreendendo até mesmo a Ele, Ela, diz algo que nunca seria esquecido, mesmo se houvessem cem séculos mais para os dois viverem: "Claro que eu acredito, mais hoje finalmente nossa alma se uniu em uma só novamente, por isso esotu em paz ao seu lado". Assim que foram feitas as últimas considerações e os dois pares de olhos se fecharam, um lobo uivou, um lobo solitário uivou, logo depois muitos outros o acompanharam, mas inicialmente, ele fez os primeiros ritos fúnebres do casal.

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